sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Eternamente vendados.



Momento filosófico.
Dessa forma começarei meu texto do dia!
Eu sei, meio do nada, depois de tanto tempo... e ainda falo de filosofia...
Desculpem-me. Mas podem continuar lendo. Não irei decepcioná-los -creio eu-.
Então, vocês conhecem o "Mito da Caverna de Platão"? Irei resumí-lo para vocês. (Por favor, não vão embora! Aos que não gostam de filosofia, confesso que, essa parte poderá ser um pouco chata., mas depois, tudo ficará melhor. Prometo! — Ou tento)
Imaginem vários homens vivendo acorrentados em uma caverna escura, virados para uma parede, onde tudo que conseguem ver são imagens, projetadas por uma fogueira, do que acontece do lado de fora desta caverna.

Agora, imagine que um desses homens se liberta e sai da caverna.
Seus olhos não estão acostumados com a claridade, por isso, ele sente uma certa dor. Mas logo se acostuma com o novo ambiente.
E então percebe, que tudo que ele conhecia e via eram simples cópias das maravilhas que existiam no mundo lá fora.
Esse homem, volta a caverna, e tenta convencer a todos do que havia descoberto. No entanto, não é ouvido. As pessoas se recusam a acreditar que aquilo possa ser verdade. Elas querem continuar a viver naquilo que dizem ser a "verdadeira verdade".
Esse mito, é uma metáfora, que faz referência às pessoas ignorantes, que acreditam que tudo aquilo que veem e conhece é e sempre será a verdade (os moradores da caverna). E às pessoas que estão sempre em busca da verdade, do conhecimento (o homem livre).
Espero que tenham entendido. Pois esse pouco, será preciso para a compreensão do resto do texto. (Ou não. Vocês podem desistir aqui, no meio do caminho, por acharem um assunto chato. Mas continuo a dizer: Por favor, não se vão. Vocês não irão se arrepender.)
Platão dizia, que o mundo que conhecemos não passa de uma simples cópia do mundo das ideias. O modelo de cavalo que conhecemos (um animal de quatro pernas, que relincha e galopa), por exemplo, é um protótipo do cavalo perfeito, que só existe no mundo das ideias.
Digamos que o mundo das ideias, seja a forma de um confeiteiro. Esse confeiteiro, fará 100 bolos, mas nenhum desses bolos sairão iguais, nem tão perfeitos quanto sua forma. Era, mais ou menos, isso que Platão nos propunha do mundo das ideias.
(Calma, não sou louca. Nem estou em uma crise de loucura. Pelo menos, acho que não...)
Vocês devem estar se perguntando, o que quero com tudo isso.
Eis o meu motivo:
Nós humanos, nos consideramos inteligentes. Seres supremos. De imensa sabedoria e conhecimento. ESTAMOS E SOMOS ERRADOS!
Se você parar para pensar. Nós, humanos, seres pensantes, nunca saímos da escuridão da caverna. Tudo que nós homens conhecemos, foi feito baseado em algo ou alguém que já existia. Uma ideia, uma ação ou um animal.
O homem não tem a capacidade de criar novas coisas. Pois ainda está vendado, ele acha que tudo que o cerca é o certo e o existente.
Por exemplo: um homem não consegue imaginar um animal novo. Um animal diferente de todos os outros que ele conhece. Sua mente não permite isso. Ele sempre fará junções de imagens já conhecidas para criar o animal mais estranho do mundo. Mas não um completamente novo.
Não, eu não sou diferente disso.
Não descobri a fórmula para o verdadeiro conhecimento. Nem sei se o quero.
Então por que escrevo isso aqui?
Escrevo para mostrar a vocês que, nós humanos, nos achamos demais para o pouco que somos.
Não somos seres superiores que conseguem pensar.
Somos seres inferiores, que conseguem modificar as coisas que já existem e uma certa hora, prejudicaremos alguém com isso.
Enfim, nós humanos vivemos no mundo que vivemos, porque estamos acostumados com isso. E isso não nos prejudica em nada. Então mudar para quê?
Vivemos no mundo em que vivemos e não queremos mudar isso, pois não nos é conveniente. Espero que um dia, todos nos acordemos. E assim, veremos o que realmente nos é importante.

OBRIGADA!

Um comentário:

  1. Muito bom Giulia!!! Fico feliz que minhas aulas despertaram, de alguma forma, tantas reflexões. Muito bacana seu texto... Mas, lembre-se sempre que o verdadeiro conhecimento é sempre acreditar que necessitamos aprender mais. Nunca pare de indagar, nunca pare de pensar o mundo e as coisas que existem nele. Como dizia Merleau Ponty "A verdadeira Filosofia é reaprender a ver o mundo", e, esse reaprender deve ser constante...
    Beijos e sucesso sempre.
    João Henrique Baracho

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